Autenticidade dos Evangelhos (Pe. Oscar G. Quevedo, SJ)
Pe. Oscar G. Quevedo S.J.
(*15/12/1930 - +09/01/2019)
Afirmar que os Evangelhos em geral e os milagres em particular se devem a invenções ou mitos dos primeiros cristãos é pura ignorância.
É absolutamente certo que os Apóstolos e
líderes cristãos nem inventaram, nem aumentaram, nem esqueceram nada
fundamental da doutrina, vida e concretamente dos milagres de Jesus.
Um dos maiores ataques feitos contra os Evangelhos foi feito por David Friedrich Strauss (1808-1874), e após esforçar-se por arruinar todos os dogmas e todos os mistérios cristãos: a Trindade, a Criação, a Redenção, a historicidade e valor da Bíblia, a Igreja, a vida eterna, etc., ainda teve amplo fôlego e o mais grosseiro dos sarcasmos para pretender um mundo sem Deus e sem sentido, o ser humano sem alma e sem porvir... Strauss perpetrou o maior ataque ao Catolicismo "superando todos os que lhe haviam iniciado o caminho, obrigando todos os que lhe seguiram (nessa conduta) a reconhece-lo por seu chefe". Ao pretendido mito dos primeiros cristãos, nada de realmente novo acrescentaram o racionalismo, positivismo, agnosticismo, materialismo... de Comte e Littré, Stuart Mil e Spinosa, Haeckel e Schopenhauer, etc., ou por outro lado Bultmann e Dibelius etc., com a pretendida desmitologização.
Um dos maiores ataques feitos contra os Evangelhos foi feito por David Friedrich Strauss (1808-1874), e após esforçar-se por arruinar todos os dogmas e todos os mistérios cristãos: a Trindade, a Criação, a Redenção, a historicidade e valor da Bíblia, a Igreja, a vida eterna, etc., ainda teve amplo fôlego e o mais grosseiro dos sarcasmos para pretender um mundo sem Deus e sem sentido, o ser humano sem alma e sem porvir... Strauss perpetrou o maior ataque ao Catolicismo "superando todos os que lhe haviam iniciado o caminho, obrigando todos os que lhe seguiram (nessa conduta) a reconhece-lo por seu chefe". Ao pretendido mito dos primeiros cristãos, nada de realmente novo acrescentaram o racionalismo, positivismo, agnosticismo, materialismo... de Comte e Littré, Stuart Mil e Spinosa, Haeckel e Schopenhauer, etc., ou por outro lado Bultmann e Dibelius etc., com a pretendida desmitologização.
- Os ataques feitos por Strauss já foram ampla e folgadamente refutadas muitas vezes pelos melhores especialistas: A obra de Strauss é filha de "preocupações metafísicas muito alheias à erudição (...). Sua conclusão era falsa" (Quinet). "Em verdade ficava todo fora da realidade histórica (...). Numa palavra, Strauss errou o alvo" (Guignebert). Essa era a mesma conclusão a que já chegava um dos seus primeiros biógrafos logo depois da morte de Strauss: "Os resultados da crítica de Strauss são insustentáveis em qualquer domínio, histórico, filosófico e religioso" (Hausrath). Já antes o próprio Strauss, nos últimos anos de sua vida, declarou-se completamente impotente para defender-se contra os argumentos da crítica científica e teve que reconhecer que de sua obra não restava mais que um amontoado de escombros e ruínas.
MITO DOS PRIMEIROS
CRISTÃOS?
O claro sabor semítico mostra
que os Evangelhos foram transmitidos por testemunhas e contemporâneos de Jesus.
* O fato de Jesus escolher precisamente
12 apóstolos, em evidente memória das doze tribos de Israel, não
encaixa em invenções em ambiente greco-romano.
* Analogamente: escolheu precisamente
72 discípulos. Claramente semítico: à semelhança do Sinédrio judaico,
que se compunha precisamente de 72 membros.
* Encontram-se nos Evangelhos mais
de 100 construções antitéticas, contraposições. Não encaixa no
modo de escrever dos gregos e latinos, mas é típico dos semitas.
* Nos discursos de Cristo percebe-se
o ritmo típico do Antigo Testamento e, consequentemente,
o modo dos rabinos pregarem, que Jesus às vezes certamente imitava.
* E aparece freqüentemente na pregação
de Jesus o modo típico Dele, sem paralelo nos rabinos, nem nos essênios,
nem em Paulo, nem em algum outro pregador cristão imediato.
* Há nos Evangelhos dizeres
enigmáticos para os primeiros cristãos, mas muito significativos para
os judeus.
* Mesmo o Evangelho de São Lucas que freqüentemente
mostra um corretíssimo e até elegante grego, ao traduzir as palavras de Jesus
ou outros textos judaicos, aparece o grego semitizante da Koiné (vulgar). Retraduzindo
para o aramaico, fica perfeito.
* Igualmente, retraduzindo aparecem
freqüentemente jogos de palavras em aramaico, que
perdem todo seu sentido em grego.
* Inclusive na tradução percebe-se
o dialeto galileu do aramaico, falado por Jesus e seus Apóstolos.
* Nos Evangelhos aparece Jesus como
um mestre que instrui seus discípulos (Mt 13,11; Mc 9,30; Lc
11,1; etc.). Isto significa que lhes fazia aprender de memória Suas
palavras, como faziam e era típico dos rabinos. E uma das principais
obrigações dos Apóstolos era o serviço da palavra (At 6,2). Como diz no inicio
do seu Evangelho, São Lucas recolheu a "transmissão daqueles que desde o
inicio foram testemunhas oculares e convertidos em ministros da palavra"
(Lc 1,2).
* Da mesma maneira que os judeus nas
sinagogas com as palavras da Antiga Aliança, os primeiros cristãos nas suas
assembléias liam, repetiam, decoravam o ensino e as palavras de Jesus.
Essa é uma das diferenças com as cartas dos apóstolos missionários, onde não se
encontram citadas, embora se pressuponham, as palavras do Divino Mestre.
* E logicamente, estendendo-se o
cristianismo fora de Israel, o respeito à palavra e atos de Jesus fez sentir
a necessidade de, com a mesma fidelidade, pô-los por escrito: os
Evangelhos. E multiplicar as cópias sempre com toda fidelidade. Expressamente
conserva essa afirmação Eusébio de Cesaréia (265-340), concretamente a respeito
do primeiro Evangelho, o do apóstolo que fora cobrador de impostos:
"Mateus, que primeiro havia pregado aos hebreus, quando estava a ponto de
partir até outros, entregou por escrito seu Evangelho, em sua língua materna
(aramaico), suprindo assim por meio da escritura o que faltava de sua presença
entre aqueles de quem se afastava".
* Os Evangelistas sem gênero de
dúvidas conhecem a situação de Palestina na época de Jesus, a
geografia, os costumes, os modos de construir, de cultivar, etc. Igualmente, os
Sumos Pontífices Anás e Caifás, Herodes o Grande, seu filho Herodes Antipas,
Poncio Pilatos, Tiberio César etc. são personagens da história judaica.
* Perante este fato que acabamos de
assinar, pouco importa, pouco acrescenta que também escritores pagãos,
que não davam a mínima para Jesus de Nazaré, não obstante aludem a Ele e a seus
discípulos colocando-os naquela época, a meados do século I, como Suetônio na
Vida de Claudio e na Vida de Nero, Plinio o Jovem na carta a Trajano, e Tácito
nos seus "Annales".
* Já antes de terminado o século I o
Cristianismo cobria todo o Império Romano, e Domiciano, Imperador de 81
a 96, fazia a 1ª sangrenta perseguição (chegaram a 10 nos primeiros
três séculos), confirmando com inumeráveis martírios (martir = testemunho) a
historicidade daquela doutrina.
REALMENTE ESCRITO POR
TESTEMUNHAS PARA CONTEMPORÂNEOS
É até ridículo que os ataques contra
a historicidade de Jesus Cristo (e da sua pregação e
contra os milagres), isto é, contra a historicidade dos
Evangelhos, sejam precisamente contra o caso melhor testemunhado de
toda a história da humanidade antiga.
O próprio Strauss reconhecia
encomiasticamente que se os Evangelhos houvessem sido escritos antes do
fim do século II, não teria havido tempo, com os meios daquela época, para
que a imaginação criadora dos primeiros cristãos construisse o mito
da vida e obras de Jesus Cristo.
- Na realidade, após tantos ataques e
disquisições, numerosas descobertas modernas garantiram que houve algum
"Evangelho Primitivo", "Coleção Complementar", "Proto-Evangelho",
"Fontes" ou S ("source") ou Q ("quelle")...
(foram dados diversos nomes)
Outro exemplo, e bem mais
importante. Pensava-se erradamente que só Mateus fora originariamente
escrito em aramaico, a língua que Jesus e seus contemporâneos falavam, e
depois traduzido para o grego.
- Mas o jesuíta espanhol Pe. José Miguel
García demonstrou que os quatro Evangelhos tiveram seus
"Proto-Evangelhos" em aramaico. Retraduziu ao aramaico os quatro
Evangelhos e encontrou erros, embora mínimos e sem importância, no tradutor ao
grego, mas que se resolviam ao retraduzir para o aramaico. Mesmo em Marcos, o
mais breve dos Evangelhos, só 16 capítulos, encontrou mais de 20
dificuldades do grego que ficaram resolvidas ao contrapô-las com o aramaico.
* Assim, por exemplo, em tradução exata
do grego para o português, Mc 11,1, descrevendo a ida a Jerusalém a partir de
Jericó, diz: "E quando se aproximavam de Jerusalém, para Betfagé e
Betânia, junto ao monte das oliveiras..." Na ordem lógica do caminho de
Jericó a Jerusalém seria à inversa. É claro que não faltou quem objetasse
contra os Evangelhos dizendo que o evangelista não conhecia
Palestina...
- Ora, é sabido que o autor do segundo
Evangelho foi Marcos, originário de Jerusalém, deveria estar familiarizado com
a geografia de sua terra tantas vezes, sem dúvidas, percorrida... A dificuldade
se resolve sozinha retraduzindo para o aramaico certamente subjacente. A
preposição grega eis significa em direção a, para onde, e foi posta pelo
tradutor em vez da partícula aramaica b, que pode significar para onde mas
também por onde. Pronto, resolvido o problema. São Marcos em aramaico não disse
que de Jericó Jesus "se aproximava de Jerusalém para Betfagé e Betânia,
junto ao monte das oliveiras", senão que "se aproximava de Jerusalém
por Betfagé e Betânia, junto ao monte das oliveiras". Exato. Em aramaico
exatamente corresponde à realidade. Para ir de Jericó a Jerusalém primeiro se
passa por Betfegé e Betânia, aldeias perto do caminho, e um pouquinho antes de
entrar em Jerusalém se passa junto ao monte das oliveiras.
* E mais ainda, conserva-se na Biblioteca
de John Ryland, em Manchester, um pequeno fragmento de um papiro... Parecia de
pouca importância que em 1920 se comprasse em Egito, entre outros papiros, um
pequenino fragmento de 8,9 cm por 2,8 cm.
- Acontece que 10 anos mais tarde o pesquisador
inglês C. H. Roberts descobriu que aquele fragmento era do texto do Evangelho
de São João, Jo 18,31-33 no anverso, e no reverso Jo 18,37s. O tipo de letra
garante que não podia haver sido escrito, isto é, copiado, em data posterior ao
ano 125. E fora encontrado nas areias do oásis de El Fayum, no Egito! Isto é
importantíssimo: o Evangelho de São João! O último dos Evangelhos a ser
escrito! O último Evangelho antes do ano 125 já havia chegado até
o extremo do Império Romano!
* Outros três pequenos fragmentos, cada
um não maior de um selo de correios,haviam sido descobertos em Luxor (Egito) em
1901 pelo capelão inglês Rdo. Charles Huleat, que os doou à Biblioteca do
Magdalen College, em Oxford. Não se lhes deu maior importância, deu-se por
suposto sem mais pesquisas que seriam, como outros 37 papiros do Evangelho já
conhecidos, datados do século II e mesmo do III. A comunidade judaico-cristã
era muito florescente em Alexandria.
- Mas bem recentemente, em 1994, o Prof.
Carsten Peter Thiede, Diretor do Instituto de Pesquisas de Paderborn, Alemanha,
foi a Oxford a examinar minuciosamente aqueles três fragmentos... E novamente
outra revolução: pelo tipo de letra do grego em caracteres verticais, aqueles
textos evangélicos tinham que ser anteriores ao ano 50...! Como
máximo, esticando até quebrar, poderiam chegar até o ano 70.
* Mais ainda. Mateus, Marcos e
Lucas, os três Evangelhos sinóticos, em grego, tal como
hoje os temos, foram terminados de escrever entre os anos 40-50 d.C., isto
é, na década depois da morte de Jesus!. Concretamente: em 1970 houve uma outra
sacudidela na opinião reinante a respeito da data dos Evangelhos. Encontrou-se
numa gruta de Qumrã, junto ao Mar Morto (na fronteira de Israel, onde moravam
os essênios, eremitas fanáticos e "separatistas" judeus), um pequeno
fragmento de um papiro, tamanho de uma unha, só oito letras inteiras e
fragmentos ao tudo de 18 letras. Grego em escrita Zierstil, que só se utilizou
pouco antes de Cristo e como máximo, forçando as possibilidades, até 50 anos
depois de Cristo. Precipitadamente todos supunham, pelas duas letras
"n" que claramente apareciam, que se trataria de uma de tantas
"gennealogias" típicas do Antigo Testamento, e não deram maior importância
a "esse fragmento de alguma copia". Após muito estudo, o jesuíta
espanhol (apesar do sobrenome irlandês de família) Pe. José O´Calaghan
genialmente se perguntou: "E se fosse Gennesareht?" E demonstrou
inapelavelmente que se trata mesmo de Mc 6,52s. O Evangelho de São
Marcos foi escrito quanto antes do ano 50 d.C.?
* Portanto, todos os Evangelhos
foram escritos quando Jesus estava ainda bem recente, quando ainda
estavam vivos as testemunhas!, e vivos os próprios inimigos, que
teriam desmascarado qualquer invenção. É mesmo, como proclama São João, "o
que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos
apalparam da Palavra da vida..., nós A vimos e Lhe damos
testemunho... o que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos"
(1Jo 1,1.3).
* Em toda a historia antiga Jesus Cristo
é o único personagem que consta de quatro vidas paralelas, além das
referencias nos Cartas e nos Atos dos Apóstolos.
* E muito mais que referências. Todos os
especialistas estão de acordo em que as cartas de São Paulo são ainda
anteriores aos Evangelhos. Trata-se de documentos escritos poucos anos
depois da morte de Jesus. As últimas cartas não ultrapassaram 25 anos depois.
Mais contemporaneidade numa história, impossível. Sem paralelo em todos os
personagens antigos. Pois bem, está desenhado nitidamente nas cartas de
São Paulo um sumario de toda a vida de Jesus Cristo. Debrucemo-nos uns
segundos sobre as cartas de São Paulo:
Jesus, antes de vir a este mundo,
preexistia como Deus (Fl 2,6). Jesus nasce duma Mulher sob o regime da Lei (Gl
4,4). Vive no meio dos Judeus (Rm 15,8; 1Ts 2,15). É verdadeiramente homem
semelhante a nós (Rm 5,15; 1Cor 15,21s), menos no pecado (2Cdor 5,21). Tem
"irmãos" (no significado aramaico - vide artigo no link) (1Cor 9,5). Um dois quais, Tiago (o
Menor), é expressamente nomeado (Gl 1,19). Para colaborarem na sua missão e
continuarem-na rodeia-se de Apóstolos (1Cor 9,5-14;15,7-9) em número de 12
(2Cor 15,5). Três dos quais, Cefas-Pedro, Tiago (o Maior) e João são
mencionados pelo nome (Gl 1,18s). Jesus mandou-os pregar o Evangelho (1Cor
9,15). E têm poder de operarem milagres como Ele (2Cor 12,19).
Levou na Terra uma vida de pobreza (2Cor 8,9), de sujeição (Fl 2,8), de
obediência (Rm 5,15-19). Entregou-se voluntariamente a seus inimigos (Gl
1,4;2,20), aos Judeus, que o entregam à morte de cruz (1Ts
2,19). A Paixão de Jesus aconteceu pela Páscoa, no tempo dos Ázimos
(1Cor 5,6-8). Na noite em que haveria de ser entregue, instituiu a Sda.
Eucaristia (1Cor 11,23-26). Depois de horríveis tormentos, morre na
Cruz (Fl 2,8). É sepultado, mas ressuscita ao terceiro dia (1Cor
15,4). Apareceu-se a Cefas, Tiago e também aos outros Apóstolos (1Cor
15,5.7s). Ascende aos Céus diante de mais de 500 pessoas (1Cor
15,6-8).
- Tantos dados da vida de Jesus têm
ainda mais valor histórico se levarmos em consideração que as cartas
de São Paulo não eram destinadas a informar os primeiros
cristãos, esse conhecimento é dado por suposto, são escritos de circunstâncias.
* Só temos, de todos os autores
greco-romanos uns 40 "códices grandes", assim chamados, todos
posteriores ao século IV. Ora, Homero é do século VIII antes de Cristo. De
Virgílio só se conservam três códices. De Cícero, pouco anterior a Cristo, só
temos um códice, do século VII. Dos outros clássicos gregos, nenhum códice
grande anterior ao século IX. Alguém, não fanático até o extremo da doença,
negará a historicidade de alguns dos autores greco-romanos? Ora, de
Cristo, anteriores ao século IV, para só considerar os "códices
grandes" e só em grego, temos mais de 2.610. Inclusive do
século I e da primeira parte do século II. Absolutamente incontáveis as
citações, idênticas substancialmente. Como atestou o historiador Sir Frederic
Kenyon, da "New Criticism", que agrupa os professores do Kenyon
College, em Bambler (Ohio), "o número de manuscritos do Novo Testamento,
de primitivas traduções, e de citações nos escritores mais antigos é tão
grande, que em uma ou outra dessas autoridades antigas temos certeza é
preservada a verdadeira versão. Isto não se pode dizer de nenhum
outro livro antigo em todo o mundo".
- Por tudo isso, pense o prezado leitor
o que devemos pensar de tantos
racionalistas e líderes anti-católicos que propalam, repetem e até desafiam a
que se apresente algum livro da época de Jesus que fale Dele...
GRANDE
RESPEITO
São Paulo logo após a morte de Jesus
percorreu o "mundo civilizado". Nas cartas e pregação há muitas frases
lapidares daquele dinâmico pregador e que muito facilmente poderiam
atribuir-se ao próprio Jesus...
- ... Nenhuma foi introduzida nos
Evangelhos! O que prova inapelavelmente o respeito que os escritores dos
Evangelhos tiveram em transmitir com toda exatidão os fatos, a
doutrina, as próprias palavras de Jesus.
* Estava muito recente a figura
de Jesus. Inclusive muitos dos primeiros cristãos esperavam que Jesus
voltaria novamente à Terra, interpretando erradamente mas cheios de saudade,
certas frases do próprio Cristo. Assim é absurdo, é preconceito doentio afirmar
que os primeiros cristãos trocaram ou inventaram as palavras e os
milagres de Jesus.
* Pelo contrario, consideravam qualquer
invenção ou modificação como grande desrespeito e grande desonestidade.
Plenamente incompatível com o prestigio dos Apóstolos, Evangelistas e
líderes cristãos, que tantas provas deram de honestidade.
* Os Apóstolos eram testemunhas
escolhidos e formados pelo próprio Jesus.
* Os Apóstolos demonstraram admirável
constância no testemunho perante qualquer auditório e perante os mais
cruéis tormentos, todos selando seu testemunho com o martírio. Como
cunhou Blasio Pascal: "Acredito em testemunha que se deixa matar".
E
GRANDE VIGILÂNCIA
Consta que os Apóstolos e líderes por
eles escolhidos para os primeiros cristãos tinham o convencimento e
ensinavam que na Igreja havia que ter uma grande vigilância para que
ninguém introduzisse nenhuma inexatidão, fábula ou heresia.
* É dito nos escritos dos rabinos
da época e no Talmud contra os Apóstolos e primeiros líderes cristãos.
* Incrimina-o Juliano, o Apóstata,
contra São Paulo.
* Alertavam o povo contra as
fábulas (1Tm 4,4-7; 1Pd 1,16).
* Para substituir Judas tinha
que ser alguém testemunha desde o começo (At 1,21).
* Os Evangelistas foram
e consultaram "as testemunhas desde o começo" (Lc 1,2; Jo 15,
3-8).
* Insiste-se no Novo Testamento mais
de 150 vezes em "testemunho",
"testemunhar"...
* Concretamente para provar a Ressurreição de
Cristo, São Paulo acudiu a mais de 500 testemunhas conjuntamente,
"a maioria dos quais ainda vive" (1Cor 15,3-8).
* O Sínodo dos Apóstolos enviou Pedro
e João a Samaria a inspecionar se o que se transmitia era exatamente a
realidade dos fatos (At 8,14).
* Igualmente, com a mesma
finalidade, Pedro foi inspecionar as comunidades perto de
Jerusalém (At 9,32-42).
* Para isso foi enviado Barnabé a
Antioquia (At 11,12ss).
* Privadamente viajou
Paulo para verificar se ele próprio estava em tudo de acordo com Pedro, João e
Tiago, "colunas" da Igreja (Gl 2,2. 9).
* Para os especialistas, não se pode
duvidar que sete oitavas partes dos Evangelhos conservam-se exatamente
iguais a como foram escritas. E essa uma oitava parte talvez
modificada, é só diferente em alguma ordem das palavras ou troca de
palavras sem em nada modificar o sentido. Simplesmente um monumento à
vigilância dos líderes dos primeiros cristãos!
* Como conclusão de autoridade citemos a
Constituição "Dei Verbum" do Concilio Vaticano II, No. 19, onde se
proclama (incluindo algumas palavras a respeito da divindade e
redenção salvadora de Jesus, temas da 3ª parte deste diálogo):
"A Santa Mãe Igreja com firmeza e máxima constância sustentou e
sustenta que os quatro mencionados Evangelhos, cuja
historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo
que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente
fez e ensinou para a eterna salvação deles até o dia
em que foi elevado (At 1,1-2). Os Apóstolos, após
a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes aquilo que Ele
dissera e fizera, com aquela mais plena compreensão de que gozavam,
instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos de Cristo e esclarecidos
pela luz do Espírito da verdade".
INVENTAR
MILAGRES?
Como acabamos de ver, nenhum
personagem antigo tem tamanha publicidade, universalidade, constância,
contemporaneidade, veracidade... na documentação histórica como
Jesus-Cristo. Frisemos que dos Evangelhos e demais documentos, não
se podem suprimir os milagres. É completamente absurdo, puro preconceito
doentio, afirmar que os Evangelhos em geral e os milagres em particular se
devem a elaborações ou mitos dos primeiros cristãos.
Por tudo o dito é absolutamente certo que os Apóstolos e líderes cristãos nem
inventaram, nem aumentaram nem esqueceram nada fundamental da doutrina, vida e
concretamente dos milagres de Jesus.
*
Além do mais, contra isso de "experiências
visionárias", na realidade os Apóstolos não eram proclives a
acreditar em milagres. É dito contra eles nos Evangelhos, sinceramente, por
amor à verdade, e essa crítica não podia surgir dos primeiros
cristãos, que tanto respeitavam aos Apóstolos.
* Muitos textos de Cristo, dos Apóstolos
(e dos SS. Padres e Escritores Eclesiásticos), destacam a importância
dos milagres como fundamento para aceitar a Revelação. Não podem ser
inventados. Por exemplo alguns textos, entre outros, de São João: Caná,
"acreditaram" (2,11). "Testemunho maior que João" (5.36).
Que sinal "para que creiamos?" (6,30). O Cristo "fará
mais?" (7,31). Pecador "tais sinais?" (9,16-36). "As obras
que faço" (10,24s.37s). Lázaro: "creiam", "creram",
"todos crerão" (11,15.42.45.47s.). "Para crerdes" (20,30s).
Etc.
* Nem os Apóstolos nem os primeiros
cristãos, testemunhas, teriam mantido a fé, precisamente
perante o "fracasso" de Jesus, contra tantas dificuldades nas
catacumbas, perseguições e martírios. Nas "Atas dos
Mártires" ficou gravado em bronze o exemplo heróico de milhares e milhares
de mártires nos três primeiros séculos.
* Os primeiros cristãos precisavam
de base firme, os milagres de Cristo e dos Apóstolos, para
insubordinar-se contra as exigências do Judaísmo. E os primeiros
cristãos de outras terras, contra os mitos e milagrerias do
paganismo.
* Se os milagres dos Apóstolos não
tivessem confirmado os de Jesus não se teriam convertido em tão grande
número naquelas dificuldades. Os magos pagãos não o teriam
reconhecido.
* Quem tenha um mínimo de conhecimento de
crítica histórica, ou mesmo um mínimo de bom senso, compreende que
se os milagres de Jesus devessem um mínimo à invenção dos
evangelistas ou dos primeiros cristãos, seriam "milagres" bem
mais maravilhosos, até o ridículo como os atribuídos a Maomé,
a Buda..., ou de alguns Evangelhos Apócrifos, dada a divindade
para a que se apresentam como prova.
* Os discípulos, pelo poder Dele, superaram
o Mestre confirmando ao longo dos séculos milagre por milagre, no
chamado "efeito bumerangue". Absolutamente inegáveis historicamente
como demonstram em três séculos de pesquisa os Bolandistas (57 grandes volumes
de "Acta Sanctorum", além da revista "Analecta
Bollandiana").
* E os milagres atuais.
* E os milagres permanentes.
Os milagres são um tema fundamental, por
importantíssimo, e porque são o fundamento para a aceitação da
Revelação Cristã, e porque somente com fundamento nos milagres podemos sem
fanatismos escolher entre as 56.000 religiões hoje existentes
e porque só com os milagres podemos dirimir as discussões na
interpretação da própria Revelação em detalhes mais ou menos
importantes: relíquias, imagens..., ou primado papal, sacramento da penitência,
culto à Mãe de Jesus, etc. etc., sem cairmos em discussões meramente de soberba
humana. É pela sua importância, que já no nosso site temos falado de milagres e
muito ainda deveremos falar. Planejei seis livros amplos para expor os
principais milagres..., só publiquei dois livros amplos e um folheto: Sinto-me
obrigado a recomendar encomiasticamente os livros "Milagres. A Ciência
Confirma a Fé" e "Os Milagres e a Ciência", assim como o folheto
(ou melhor em vídeo) sobre Nossa Senhora de Guadalupe.
https://martyriaeditora.blogspot.com/2019/01/autenticidade-dos-evangelhos-pe-oscar-g.html?m=0
No comments:
Post a Comment